Princípio e Fim

O ser humano está acostumado com começo, meio e fim, pois está cercado de acontecimentos que passam essa sensação. O rio nasce na montanha e morre no mar, porém, o que é um rio? O rio, na verdade, não existe. O percurso que a água do gelo derretido, das chuvas, dos afluentes, da evaporação dos oceanos, encontrou para seguir até o mar, convencionou-se chamá-lo de rio. O rio, a planta, o animal é um momento no espaço/tempo. Nada tem começo, meio ou fim, tudo está em constante mudança. Tudo é infinito e, o infinito é assustador e incompreensível para o ser humano. Por isso, criou-se Deus, para creditar a alguém a criação e o princípio de tudo. Deus é acolhedor. O infinito é assustador.
 
Este é o calendário universal. O calendário terrestre não serve em nenhum outro lugar no universo, nem mesmo na Lua, é apenas para uso comercial. O zero representa o presente, o qual é eterno, pois o passado não existe e o futuro nunca virá. Parece difícil de entender, mas basta ver que o centro da reta infinita é o zero. O centro do espaço/tempo universal é o zero. O resto é infinito, inatingível. O tempo e o espaço estão confinados no zero. Mesmo que fosse possível viajar no tempo/espaço, não há como se afastar do zero absoluto. Então, o que isso significa? Que tudo é relativo, só o zero é absoluto. O passado está na memória, é apenas uma lembrança de algo que aconteceu no zero, assim como o futuro que também não existe. O conceito de passado e futuro é subjetivo, abstrato. Sendo o universo, o tempo e o espaço infinitos, a conclusão é que há infinitos universos, multiverso. Portanto, há um universo onde este texto não foi escrito, outro onde o ser humano não surgiu, outro onde os dinossauros vivem, a Terra queima, a Via Láctea não ser formou. Cada universo com uma ação contrária a aquela que aconteceu em outro universo.
 
Esta imagem representa o início de tudo, seja pelo Big Bang ou por algum Deus. Na outra extremidade, o fim, seja pelo apocalipse ou pela expansão do universo até o seu colapso. Ambos têm um grave erro. Não respondem o que acontecia antes nem o que acontecerá depois. O infinito é, portanto, coerente, absurdo e assustador dilema deste universo sombrio.