Macho e Fêmea

A mulher, analisando fisicamente, sangra, em média, três dias todo mês, tem tensões pré-menstruais, fragilidade na gravidez, amamentação, inferioridade da força físico-muscular, tudo isso se tornou fator determinante na concepção cultural de um ser inferior, impondo à mulher, uma conduta sócio-sexual regida pelos dogmas e tabus da sociedade. Veja o exemplo dos irmãos gêmeos. Um jovem e uma jovem chegam de uma festa e o jovem conta a seu pai suas investidas nas mulheres: beijou uma, transou com outra e foi pra casa com outra. O pai fica orgulhoso do seu garoto viril. Já a jovem, se contar ao pai que transou com três numa única noite... Numa reunião familiar é fácil perceber os homens num canto e as mulheres no outro canto. Os meninos jogando bola e as meninas conversando ou brincando de cozinhar, varrer ou trocando a roupinha da boneca que faz xixi. Uma imposição social que parece ser natural. Ou seja, já começa errado. A cultura social transforma a mulher numa prisioneira do seu destino materno, dona de casa e subserviente a seu marido, sem que ela tenha sequer o direito de escolher outro destino. De um lado, o homem curte o planeta com enorme intensidade e, do outro, a mulher se aprisiona dentro de sua casa, que tem de estar sempre limpa, suas crias bem cuidadas, suas belas roupas e na estética de seu corpo. A mulher precisa viver para ela e não para a sociedade: praticar esportes, implantar um DIU que, além de anticoncepcional, evite a menstruação e a TPM, trabalhar para se auto-sustentar e, assim, poder viajar com seus amigos, enfim, curtir a vida e, se um dia surgir a vontade de ter um filho, que tenha, se não, não é obrigatório.